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EMPREENDEDORISMO: ORIGEM E CONCEITOS DE ESTUDIOSOS E PRATICANTES

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Qual a Origem do Empreendedorismo? Por Que os Empresários de Séculos Anteriores Eram Vistos Como Especuladores? De Que Forma Joseph Schumpeter Associou o Empreendedor ao Desenvolvimento Econômico na Época?

Por Julio Cesar S. Santos

A palavra “empreendedorismo” é de origem inglesa e provém da palavra “entrepreneur”, a qual significa “aquele que assume riscos e começa algo novo”. Desde então, o conceito evoluiu muito, mas continua sempre apegado à ideia de inovação, seja ela na criação de novas empresas e produtos – e sua implementação em novos negócios – ou até mesmo já existentes.

Pode-se dizer que o empreendedorismo surgiu no século XVII com o início da industrialização, a qual ocorria por todo o mundo devido a Primeira Revolução Industrial que se desenvolvia na Grã-Bretanha. Com a mudança do sistema econômico, os empreendedores passaram a se distinguir dos fornecedores de capital; ou seja, dos capitalistas.

Mas, é impossível falar de empreendedorismo sem entendermos realmente essa terminologia que, mais do que ser uma palavra da moda, nos apresenta oportunidades de atuação e realização pessoal.

Esse termo, apesar de atual, não é um termo novo, pois ele vem sendo desenvolvido desde a Idade Média e foi se transformando a partir de sua relação com a sociedade, com as tecnologias, com a visão de mundo das pessoas e com o desenvolvimento das relações comerciais, políticas e econômicas.

Se hoje o termo é visto como algo arrojado, ousado e de alguém que assume os riscos de inovar com conotação claramente positiva, em outros momentos da história já foi visto de maneira negativa: “Nos séculos XVI e XVII, o empresário era visto como uma pessoa que se entregava à especulação e não propriamente à produção e geração de riqueza, o que o tornava um indivíduo pouco recomendável” ([1]).

Se pensarmos no estudo da palavra e suas origens – o que se costuma chamar de etimologia – o vocábulo traz como raiz a palavra “imprehendere”, do latim, que significa “empresa laboriosa e difícil”, ou ainda, “pôr em execução” ([2]).

Há, portanto, uma relação direta entre o desafio de executar um plano de sucesso e rentável, a palavra “empreender” e o papel do empreendedor. Mas, por qual motivo alguém iria se dedicar a alguma coisa que já se propõe como difícil? Alguns acreditam que é exatamente aí que se encontra todo o encanto de se empreender.

O empreendedor é uma pessoa motivada a superar desafios, a solucionar problemas e a trazer inovações que possibilitem o desenvolvimento econômico e social, escrevendo seu nome na história e destacando-se no mercado. É justamente este o motor que o faz se movimentar.

Em 1942, o economista austríaco Joseph Schumpeter associou o empreendedor ao desenvolvimento econômico. Ele chamava a atenção para um ponto interessante do capitalismo que denominou de destruição criativa. Segundo ele, o sistema capitalista tem como característica inerente uma força denominada de “processo de destruição criativa”, fundamentando-se no princípio que reside no desenvolvimento de novos produtos, novos métodos de produção e novos mercados; em síntese, trata-se de destruir o velho para se criar o novo.

Pela definição de Schumpeter, o agente básico desse processo de destruição criativa está na figura do que ele considera como o empreendedor. Em uma visão mais simplista, podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo novo, que vê o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo e parte para a ação.

Veja bem que não há um limite de campo de conhecimento que diga se você pode ou não pode ser empreendedor. Um matemático, um físico, um engenheiro, um comunicador ou um literato – há espaço para todos empreenderem.

Neste contexto em que o novo é exigido a todo tempo, precisamos focar na busca de soluções para os problemas empresariais, muito mais do que arquivar conhecimentos ou decorar coisas que, em pouco tempo, estarão ultrapassadas.

Atualmente, o mercado exige pessoas cada vez mais capazes de articular tudo o que leu, que estudou e refletiu, usando-os como referência para alternativas inovadoras de solução de problemas. Não adianta mais acumularmos estoques de conhecimentos. É preciso que saibamos aprender sozinhos e sempre; ou seja, como realiza o empreendedor na vida real – fazendo, errando e aprendendo ([3]).

Voltando à questão conceitual, existe uma definição bem completa sobre o termo que nos ajuda a entender todos os âmbitos desse conceito de maneira clara.

O empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos, e que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios. Um empreendedor que continua a aprender sobre as possíveis oportunidades de negócios e a tomar decisões moderadamente arriscadas que objetivam a inovação, continuará a desempenhar um papel empreendedor ([4]). Existem outros olhares sobre o ato de empreender e o empreendedorismo, os quais complementam os conceitos e as definições vistas até aqui.

Para Romero Rodrigues (do Site Busca Pé), por exemplo, “empreender é acreditar no impossível. Se você quer empreender e está perseguindo uma ideia, não conheço nenhuma palavra que possa provocar e trazer mais sucesso, realização e felicidade do que a palavra impossível. ”

Para Ricardo Buckup (da Agência B2), “empreender é correr risco, é liberdade, é autonomia, é desafio e é demais. É saber que, seja no negócio, na família ou em uma empresa, você não fica na zona de conforto. É buscar outro desafio não só nos negócios, mas na vida. ”

Já Pedro Passos (da Natura), acredita que “o empreendedor é apaixonado por uma ideia e corre atrás dela. Ele tem que ter brilho nos olhos e vontade de fazer, mesmo que seja a segunda, terceira, quarta iniciativa”.

O Site do SEBRAE afirma que, “em uma visão simplista, podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo novo, que vê o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo e parte para a ação”.

Referências

([1])   MENDES, Jerônimo. Empreendedorismo 360º: a prática na prática. 3ed. São Paulo: Atlas, 2017.

([2])  SCHMIDT, S. BOHNENBERGER, Maria Cristina. Perfil empreendedor e desempenho organizacional. Rev. adm. contemp., Curitiba , v. 13, n. 3, p. 450-467, Sept. 2009

([3])  BAGGIO, Adelar F.; BAGGIO, Daniel K.. Empreendedorismo: Conceitos e Definições. Rev. de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia, p. 26.

([4])  FILION, Louis Jacques. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de pequenos negócios. Revista de Administração. São Paulo, v. 34. n.2, abril- junho 1999, p 19.

JULIO CESAR S. SANTOS

Professor, Jornalista e Escritor. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico

 

 

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