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A Era da Paranoia da Produtividade: Desafios do Home Office e a Falta de Confiança

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Por Pedro Paulo Morales

Para muitas pessoas que trabalham em regime de teletrabalho, cumprimentar com “bom dia” nas plataformas de comunicação, como Teams, Slack e outras, tornou-se uma forma de marcar presença no trabalho, assim como o antigo registro de ponto nas empresas.

Alguns líderes enviam essa saudação todas as manhãs para verificar se os funcionários estão trabalhando, pois, muitos mantêm desconfiança em relação ao trabalho remoto, monitorando minuciosamente cada segundo as atividades de seus colaboradores

Mesmo comprovando sua eficiência e obtendo resultados consistentes, muitos acreditam que a produtividade difere quando os colaboradores estão em casa, em comparação com o ambiente presencial.

A cultura do “presencialismo” ainda prevalece em muitas organizações, enquanto o mundo caminha cada vez mais para o ambiente digital.

Muitos líderes consideram mais fácil controlar seus subordinados de forma presencial em vez de desenvolver novas técnicas de liderança inspiradas na confiança. Estamos, então, vivendo na era da “paranoia da produtividade”?

Segundo o jornal The Economist, citado pelo El País, o ano de 2023 será dominado pela “paranoia da produtividade”. Na prática, existem líderes, e não são poucos, que acreditam que seus colaboradores trabalham o mínimo possível em casa, esses são considerados líderes paranoicos, e isso acaba afetando também os trabalhadores, que se sentem constantemente observados e vigiados.

Um estudo realizado pela Microsoft entrevistou 20.000 trabalhadores em 11 países, e os resultados foram reveladores: 87% dos colaboradores acreditavam serem tão eficientes trabalhando em casa quanto no escritório. No entanto, apenas 12% dos líderes acreditavam que suas equipes eram produtivas no trabalho remoto.

Durante a pandemia, para “medir a produtividade”, era comum realizar videochamadas e reuniões no Zoom, além da troca excessiva de e-mails com várias pessoas em cópia. Com o declínio da Covid-19, acreditou-se que o modelo híbrido seria ideal, combinando o melhor dos dois mundos. No entanto, a desconfiança ainda persiste nas relações de trabalho, causada, que por vezes, causam uma desconexão total entre líderes e colaboradores.

A falta de confiança é considerada “alarmante” por especialistas consultados pelo jornal El País. A maioria dos colaboradores sente que ganhou qualidade de vida com o trabalho remoto, economizando tempo e dinheiro com deslocamentos. No entanto, os líderes têm dificuldade em compreender esses benefícios e alguns ficam frustrados por não terem um funcionário fisicamente presente o tempo todo.

Para aliviar a “paranoia da produtividade”, algumas empresas decidiram monitorar a atividade de seus colaboradores através de softwares de vigilância que fornecem dados enviados, medindo apenas a atividade no computador e não os resultados efetivos do trabalho realizado.

É fundamental que os gestores repensem suas métricas de produtividade para forjar um ambiente de trabalho mais saudável e confiável, a prática de monitoramento excessivo é desmoralizante e tóxica, agravando assim a falta de confiança entre ambas as partes.

Antes da pandemia, dizia-se que os colaboradores não deveriam ser meros “vendedores de horas”, mas parece que algumas empresas ainda apoiam a métrica de quantidade de tempo no local de trabalho como sendo o ideal para controlar a produtividade.

Esse cenário evidencia cada vez mais um retorno forçado ao escritório como solução.

Vamos refletir e sucesso!

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