Saturday, 14/12/2024 | 7:59 UTC-3
Falando de Gestão

Happytalismo e Valorização da Vida Além do Trabalho: A Jornada pelo Bem-Estar

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Pedro Paulo Morales
Jornalista Digital

Em tempos de ritmo acelerado e consumo desenfreado, o Happytalismo conceito criado por sociólogo espanhol Luis Gallardo que foi baseado em um conceito que teve suas origens no Butão quando o rei butanês no ano de 1972 como uma forma de indicar o crescimento do país sem considerar apenas o aspecto econômico, criou um índice que leva em consideração conceitos culturais, psicológicos, espirituais e ambientais. O Happytalismo surge como uma alternativa para compensar o equilíbrio entre trabalho, propósito e felicidade. Esse conceito propõe uma economia centrada no bem-estar humano, priorizando o ser em vez do ter.

No Brasil, essa discussão encontra ressonância no movimento Vida Além do Trabalho — VAT que surgiu nas redes sociais em 2023 quando o ex- balconista de farmácia e hoje vereador pelo Rio de Janeiro Rick Azevedo fez um desabafo contra a escala de trabalho 6X1. Esse movimento fez com que um Projeto de Emenda à Constituição (PEC) apresentado pela Deputada Erika Hilton, que busca extinguir a jornada de trabalho 6×1, apontando para a necessidade de um modelo mais humano e sustentável. A proposta inicial da PEC é reduzir a jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais e conta hoje com mais de 200 assinaturas, o que permite que o projeto tramite no Congresso Nacional.

A jornada 6×1, que exige trabalho por seis dias consecutivos com apenas um dia de descanso, reflete um sistema que, muitas vezes, negligência a saúde física e emocional dos trabalhadores.

O Happytalismo defende que reduzir o ritmo de trabalho e valorizar o tempo livre pode proporcionar mais equilíbrio e satisfação às pessoas, ajudando-as a reconectar-se com suas famílias, cuidar da saúde mental e buscar um propósito de vida.

Essa mudança não significa apenas qualidade de vida para o trabalhador, mas também ganhos para a economia. Estudos indicam que as empresas podem ter equipes mais saudáveis e motivadas, e felizes executando as suas atividades. Os números disponíveis sobre pesquisa feitas em outros países indicam que os colaboradores são 21% mais produtivos, 37% menos propensos ao absenteísmo e geram 22% mais lucro para as empresas, a médio e longo prazo. Além disso, um ambiente de trabalho mais humano pode reduzir custos com saúde pública e aumentar a satisfação coletiva.

Por outro lado, é fundamental analisarmos os impactos econômicos dessa mudança. A redução da jornada de trabalho pode gerar custos para empresas, que, num primeiro momento, precisariam contratar mais mão de obra para manter a produtividade. Nesse ponto é que seria fundamental um planejamento bem-feito para que não haja falta de serviços e produtos ou quebra generalizada de empresas. Esse movimento, entretanto, pode ter efeitos positivos a longo prazo desde que em busca de se manter um rendimento maior o trabalhador não use o tempo livre para arrumar outra atividade para e com isso lhe cause mais estresse ainda. Lembro que precisamos de mais tempo com qualidade e não com quantidade.

O Happytalismo, assim como o movimento pela extinção da jornada 6×1, nos convida a uma reflexão sobre o verdadeiro significado de felicidade. Talvez seja hora de desacelerar o consumo e priorizar o que realmente importa: viver com propósito, equilíbrio e dignidade mesmo que isso implique em ter menos coisas materiais para viver com mais qualidade de vida.

Vamos refletir e sucesso!

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About

Pedro Paulo Galindo Morales é Tecnólogo em Gestão, Pós- Graduado em Controladoria e Técnico em Contabilidade.

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