Falando de Gestão

Tipos de Cargas e Custos de Transportes

Quais São os Três Tipos de Cargas? Qual a Característica da Carga Geral? Quais São os Tipos de Carga a Granel? Quais as Diferenças Entre Gastos e Investimentos em Transporte de Cargas? Qual a Diferença Entre Custos Fixos e Variáveis?

Por Julio Cesar S. Santos

Foto Divulgação Blog Profigestão

Cargas são bens e mercadorias protegidas por embalagem apropriada, as quais são livres e prontas para serem movimentadas. Entre todos os produtos transportados no Brasil a variedade de objetos é enorme, indo desde alimentos, medicamentos, matérias-primas e até outros veículos. Embora todas sejam feitas utilizando caminhão, existem diferenças no trabalho de transportar cada uma delas. Isso significa que, tanto a experiência do caminhoneiro, quanto os cuidados com a carga e tipo de caminhão são essenciais para realizar esse transporte da forma mais adequada. As cargas se dividem em três (3) tipos:

a) Carga Geral: Dentro do conceito de carga geral, temos as cargas soltas e as unitizadas. As cargas soltas são embaladas em sacos, caixas, engradados, botijões, fardos, amarrados, galões, tambores, pacotes, entre outros. Já a carga solta requer um maior tempo para sua movimentação, pois seu manuseio é realizado de forma individualizada. Também podem apresentar características como nocividade, fortes odores, fragilidade, necessidades de refrigeração, entre outros.

OBSERVAÇÃO: Carga Unitizada é o agrupamento de vários volumes em um único volume, consolidando a unitização, com o objetivo de facilitar o manuseio dessa carga. Um bom exemplo de embalagens unitizadas são os paletes, as caixas de madeira, engradados, caixas de metal, contêiner, etc.

b) Carga Granel: Dentro do conceito de carga a granel, temos os granéis sólidos, líquidos e os neogranéis. Os granéis sólidos são cargas movimentadas sem embalagens, dispostas em sua composição original, como por exemplo: trigo, soja, açúcar, sal, minérios, etc. Já os granéis líquidos são cargas também dispostas em sua composição original, e estão divididos em líquidos cítricos e líquidos químicos. Como exemplo de líquidos cítricos podemos citar os sucos de laranja e maçã.

E os graneis químicos são todos os derivados de petróleo, como por exemplo os combustíveis. Isto pode parecer novidade, mas os neogranéis são granéis tão valiosos quanto à celulose, que devido a sua facilidade de combustão (acondicionadas em fardos), torna o prêmio de seguro alto. Assim, para reduzir os riscos de avarias, os navios neo-graneleiros estão equipados com instalações especiais para prevenção de incêndios e/ou cuidados especiais para evitar a contaminação das cargas neogranéis.

c) Carga Especial: Dentro do conceito de carga especial temos as cargas frigorificadas e os produtos perigosos. As frigorificadas são aquelas que requerem cuidados quanto ao seu armazenamento e transporte, por serem perecíveis. Já os produtos perigosos amparados por legislação internacional requerem procedimentos específicos de transporte e manuseio considerando as características de cada produto e seu grau de periculosidade.

Custos de Transportes

Antes de se aprofundar nos custos operacionais, vamos conhecer os custos em sua classificação geral e, depois, dentro do transporte. Entendendo os custos podemos constatar como eles participam diretamente nas operações de roteirização e da competitividade de mercado em função dos fretes.

Conceitos Importantes

a) Gastos: Trata-se do sacrifício financeiro arcado pela organização para obtenção de um produto ou serviço qualquer. Pode ser originado pela entrega efetiva do produto ou serviço ou pela promessa de entrega futura de ativos. Exemplo: Aquisição de pneus.

b) Investimentos: São “gastos ativados (classificados no ativo) em função da utilidade futura de bens ou serviços obtidos”. Registra-se no ativo e espera-se um benefício futuro. Assim, qualquer gasto realizado cujo bem é ativado será um investimento. Exemplo: móveis e utensílios, veículos, imóveis, compra de matéria-prima.

c) Custos: Estão diretamente ligados à produção de bens ou serviços. É um gasto que só é reconhecido efetivamente como tal no momento de sua utilização na fabricação de um produto ou na execução de um serviço, concretizando-se na produção de outros bens ou serviços. Exemplo: consumo de pneus.

d) Despesas: Representam gastos com bens ou serviços consumidos, direta ou indiretamente, em atividades voltadas à obtenção de receitas. Exemplo: gastos com a comissão de vendedores.

CUSTOS

a) Diretos: Podem ser diretamente relacionados com o produto ou serviço.

b) Indiretos: não permitem a alocação direta aos diferentes serviços. Sua alocação se faz de maneira estimada, arbitrária e subjetiva, exigindo a escolha de “fatores de rateio”.

c) Custos Fixos: Mantêm-se constantes independentemente da maior ou menor produção em um dado período.

d) Custos Variáveis: Variam em função do volume produzido ou outra variável operacional bem definida.

OBSERVAÇÃO: Dependendo da estratégia de desenvolvimento da atividade, mesmos custos podem ser ora fixos, ora variáveis e, muitas vezes, custos indiretos podem ser separados em parte indireta e parte direta. Os custos operacionais dos veículos rodoviários podem ser classificados da seguinte forma:

a) Custos Fixos:

Depreciação: corresponde à redução de valor que o veículo sofre com o decorrer do tempo;
Remuneração do Capital: qualquer investimento que se faça pressupõe um retorno ou remuneração do capital aplicado. É isso que o empresário;
Espera ao Investir em Uma Empresa de Transportes: Portanto, a cada serviço que ela presta, precisa embutir em seus custos a remuneração do capital aplicado pelo investidor;
Salário da Tripulação: correspondem ao pagamento de motoristas, cobradores, ajudantes etc., e respectivos encargos sociais;
Licenciamento / Seguros.
b) Custos Variáveis:

Combustível / Óleo lubrificante do motor / Óleo lubrificante da transmissão / Lavagem e lubrificação;
Material Rodante: correspondem a pneus, câmaras, recapagens e protetores / Peças, acessórios e material de oficina / Mão de obra para manutenção dos veículos.
c) Custos Indiretos ou Administrativos:

Pessoal de armazéns, escritórios e respectivos encargos sociais / Impressos / Publicidade / Aluguéis de armazéns e escritórios / Comunicações / Impostos e taxas legais / Construção, conservação e limpeza / Viagens e estadias / Despesas financeiras / Despesas diversas.
REFERÊNCIAS

VALENTE, A. M. Gerenciamento de Transporte e Frotas. Cengage, 2008.

VALENTE, A.M.; PASSAGLIA, E; SANTOS, S. Qualidade e Produtividade nos Transportes. Cengage, 2008

About

Julio Cesar S. Santos Professor Universitário, Palestrante e Consultor Empresarial. Escreve Artigos Para Vários Jornais no RJ e é Autor de Vários Livros Sobre Marketing, Logística, Liderança e Estratégias. Mestre em Economia Empresarial (UCAM), Graduado em Administração de Empresas, Especialista em Gestão Empresarial, com MBA em Marketing no Mercado Globalizado e Complementação Pedagógica.

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