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Desafios e Tendências: A “Maldição dos 35 Anos” no Mercado de Trabalho

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Pedro Paulo Morales       Jornalista Digital

Pedro Paulo Morales
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A China enfrenta a “maldição dos 35 anos”. Esse termo foi forjado no Tik Tok, e impressiona os trabalhadores da Geração Z. Atualmente, naquele país quem ultrapassa os 35 anos são considerados “velhos” para o mercado de trabalho. São profissionais que estão cansados para enfrentar a pressão e a “cultura 996”, trabalhar das 9 da manhã às 9 da noite seis dias por semana, características do mundo corporativo chines. Esse movimento tem prejudicado cada vez mais a Geração Y chamada também de Millennials (os nascidos entre os anos de 1980 e 1995), deixando-os apreensivos e ansiosos quanto o futuro.
Muitos sites de emprego na China já não oferecem vagas para quem tem mais de 35 anos, pois alguns empregadores consideram esses profissionais “velhos” para o mercado de trabalho. A justificativa para essa atitude vem também que o custo financeiro de empregados dessa faixa etária começa a ficar caro e já não é mais absorvido pela composição de custos que o mercado exige. O segundo motivo é que a produtividade começa a diminuir com a chegada dos anos e para fechar alguns empresários acham que se uma pessoa não desenvolveu algumas habilidades como liderança, por exemplo, elas já não estão aptas para o mercado de trabalho.
Muitos Tiktokers estão produzindo vídeos alertando seus seguidores, que com um horizonte tão baixo de empregabilidade fica difícil ter casa, veículo e até mesmo filhos.
No Brasil a média de idade da força de trabalho com carteira assinada segundo o IBGE, de 2012 para 2023, a participação de pessoas na faixa etária de 40 anos na força de trabalho do país passou de 38,6% para 45,1%. Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo CAGED), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego em fevereiro deste ano os jovens entre 18 e 24 anos também são o grupo com maior saldo de vagas de emprego, confirmando a tendência global em que os empregos estão mais disponíveis para os mais jovens.
No mesmo levantamento, pode-se verificar que os desligamentos e admissões foram de pessoas na faixa etária de 30 a 39 anos se mantêm na faixa de 28%, evidenciando uma movimentação intensa nesse grupo. Este movimento pode estar relacionado a três fatores: busca por melhor qualidade de vida, ascensão na carreira ou troca de emprego como uma estratégia de acumular recursos financeiros antes de partir para o empreendedorismo.
Outro fator preocupante é a diminuição do salário médio das contratações, que atingiu R$ 2.133,21 em fevereiro, uma queda de 2,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Esses dados indicam que os trabalhadores podem estar sofrendo uma queda na qualidade de vida no que se refere a vida financeira. Apesar do aumento no número de empregos o Brasil não está gerando empregos de qualidade.
A possível chegada da “maldição dos 35 anos” ao Brasil poderia resultar em diversas consequências negativas para o mercado de trabalho e para a sociedade. Entre elas, destaca-se o aumento do desemprego entre trabalhadores com mais de 35 anos, a deterioração das condições salariais e a exclusão desses profissionais do mercado de trabalho, prejudicando sua qualidade de vida e aumentando os índices de desigualdade social. Além disso, essa tendência poderia gerar um impacto negativo no consumo e na economia do país, afetando o crescimento econômico e a estabilidade social.
Diante desse cenário, é essencial refletirmos se a “maldição dos 35 anos” não está se manifestando de forma silenciosa no Brasil, e é preciso traçar estratégias para garantir um mercado de trabalho inclusivo e equitativo, que reconheça e valorize a experiência e a capacidade de profissionais de todas as faixas etárias.
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