Por Pedro Paulo Morales

Sabemos que não devemos rotular pessoas, afinal, rótulos são mais usados para objetos do que para pessoas. No entanto, recentemente, descobri um novo rótulo que está ganhando destaque: ‘meioalescente’ ou, em inglês, ‘middlescência’. Esse conceito foi elaborado pela gerontóloga Barbara Waxman para definir a fase da vida que vai dos 45 aos 65 anos.

Nessa fase, já não somos jovens, mas também não nos consideramos velhos. É o que muitos chamariam de ‘idade do comDor’, quando começaram a surgir as primeiras dores nas costas, os primeiros alertas de pré-diabetes ou hipertensão, muitas vezes decorrentes de má alimentação, sedentarismo e noites mal dormidas, tudo isso enquanto trabalhamos incansavelmente para ganhar o pão nosso de cada dia.

Ao chegarmos a ‘meioalescência’, experimentamos muitas das sensações que vivemos na adolescência. Nosso corpo está passando por mudanças. Fisicamente os músculos não são mais os mesmos, as escadas parecem mais altas.

Emocionalmente começamos a ficar um pouco deslocados, assim como nos sentíamos quando éramos adolescentes. Não nos encaixamos com os mais jovens e não nos sentimos completamente a vontade com os mais velhos. Como na adolescência, sentimo-nos em casa apenas com a nossa ‘turma’. É uma fase em que você começa a perceber os primeiros sinais do etarismo.

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Profissionalmente, somos frequentemente cobrados por não atingirmos certo grau de ‘sucesso’, como autonomia financeira, cargos de destaque ou até mesmo um negócio próprio.

O que deveria ser uma fase de tranquilidade muitas vezes se torna um período em que nos questionamos sobre nossas escolhas, conquistas e derrotas.

Na família, é a época em que olhamos para nossos filhos e percebemos que há um lapso de tempo entre nós e eles. Às vezes nos perguntamos onde estávamos enquanto eles cresciam.

Apesar de todos os desafios da ‘meioalescência’, ela também pode ser uma fase maravilhosa. Podemos trocar parte de nossa saúde e vigor perdida pela sabedoria adquirida ao longo dos anos. As incertezas podem ser substituídas por respostas e as decepções por um encanto especial devido às histórias vívidas e lições aprendidas.

Sim, temos muitas histórias para contar! Começamos a trabalhar quando a tecnologia mais avançada que tínhamos era o telex, calculadoras de fita e fax. Desde então, aprendemos a lidar com os primeiros computadores pessoais, smartphones e aplicativos, e continuamos nos adaptando a tudo o que o mundo moderno tem a oferecer.

Portanto, apesar de minhas observações sobre os desafios da ‘meioalescência’, acredito sinceramente que podemos superá-la com sabedoria, quebrando paradigmas e cuidando bem do nosso corpo.

Vamos refletir e sucesso!