Pedro Paulo Morales
Jornalista Digital

Uma das maiores dificuldades das empresas hoje em dia é promover a criatividade. Ser criativo parece fácil, mas, na prática, é bem mais trabalhoso. Desde crianças, somos ensinados a padronizar tudo — desde as brincadeiras até as atitudes. Quando somos curiosos, logo temos frases como “isso é coisa de adulto” ou “isso não é para o seu bico”.

Ao entrarmos na escola, a situação não muda muito. Aprendemos sempre as mesmas matérias — português, matemática, física, história, e assim por diante. O curioso é que, nas provas, precisamos saber apenas o que está no currículo, e qualquer desvio desse padrão pode significar o risco de “não passar de ano”.

Esse processo se repete desde os primeiros anos de escola até o último dia da faculdade, onde somos submetidos a um estudo padronizado, com regras condicionais por aqueles que ditam os destinos da economia e da política.

Então, ao ingressarmos no mercado de trabalho, a primeira coisa que nos é cobrado é justamente aquilo que nunca nos ensinaram, a criatividade. Ironia, não? Afinal, infelizmente não nos foi permitido usar nossa criatividade nas provas, nos trabalhos ou nas discussões em sala de aula.

O processo de criatividade deveria ser incentivado e ensinado nas escolas desde cedo, pois é algo que pode ser desenvolvido nas crianças. Pode não parecer, mas a criatividade exige disciplina, técnicas e ciência — fatores que são fundamentais, ainda mais em um mundo onde é difícil reinventar a “roda”.

Sendo assim, acredito muito na força da criatividade orientada, especialmente na chamada Criatividade Bissociativa, que é uma combinação de ideias familiares e inesperadas para gerar algo novo. Esse modelo de criatividade é extremamente relevante para o agora. Além disso, a diversidade nas empresas é outra fonte importante de inovação, pois, quando combinamos diferentes experiências e pontos de vista, frequentemente alcançamos bons resultados.

Carrego comigo o pensamento de que muitas soluções e inovações já foram pensadas, não avançaram pela falta de tecnologia. A criatividade é uma combinação de curiosidade e desejo de fazer diferente para melhorar algo — exatamente os dois aspectos que, ao longo da vida, muitas vezes fomos incentivados a reprimir. Desde cedo, nos dizem que certas coisas “não são do nosso interesse” ou nos ensinam a seguir regras que nos conduzem sempre aos mesmos resultados e isso fez com que nos tornássemos seres humanos padronizados.

A humanidade tem sorte porque existem pessoas que desafiam o óbvio, que correm atrás de suas convicções e não se intimidam com o “não”. São elas que concretizam ideias ou plantam sementes para que outros possam continuar a partir de onde pararam. A criatividade é um processo de melhoria contínua, e como todo processo, precisa ser aprendido e ensinado.

Vamos refletir e sucesso!

📷Foto: Pixels