Carlos Delano Rebouças Professor de Língua Portuguesa / Educação Profissional

Sempre que algo muito estarrecedor acontece, do tipo de deixar a sociedade (ou parte dela) perplexa, fico a analisar se de fato podemos afirmar que se trata mesmo de um caso isolado, do tipo que ninguém imagina uma segunda edição, ou se de fato virá a ter diversas mais, como aquelas séries longas, sangrentas, intermináveis.

Se Freud diz que o pensamento é o ensaio da ação, quantos mais podem ainda estar nessa condição, ao aguardo da tão desejada atitude de pôr em prática tudo aquilo que deseja fazer? E o que porventura pode faltar para se pesar no fim, se apenas o que basta é dar o primeiro passo?

Sem dúvida que muitos de nós decidimos permanecer por um longo tempo nesse ensaio, não somente por falta de coragem, mas sim por uma questão de estratégia. Ora, se podemos influenciar tantas outras a seguir o nosso pensamento, porque não encorajá-las a se candidatar ao cargo de herói da vez?

Fazendo valer o antigo pensamento de Sêneca, quando diz que se pensarmos em navegar sem um destino, nenhum vento nos será favorável, talvez possamos acreditar que sempre haverá candidatos a heróis movidos por falsas crenças que não necessariamente sejam suas, mas sim daqueles que sabia e inteligentemente escolhem a cômoda planície do pensar e fazer acreditar.