Saturday, 7/12/2024 | 7:46 UTC-3
Falando de Gestão

Trabalho voluntário cresce em ambientes corporativos e representa um diferencial para o mercado

O Brasil fechou o ano de 2022 com quase 90% do voluntariado realizado por meio de empresa, organização ou instituição, em um universo superior a 7 milhões de adeptos à prática solidária

Foto Divulgação

A conscientização coletiva para mobilização do voluntariado no Brasil tem crescido progressivamente e conquista uma fatia cada vez maior de colaboradores nos ambientes corporativos. O país superou a casa dos 7 milhões de pessoas que realizaram trabalho voluntário no ano passado. O número representa um salto de mais de 600 adeptos à causa entre 2019 e 2022. O raio x do voluntariado demonstra que a iniciativa vem crescendo em moldes organizacionais: 86,4% do trabalho voluntário foi realizado por meio de empresa, organização ou instituição em 2022.

Os dados integram a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sob a temática Outras Formas de Trabalho. O IBGE também concluiu que o trabalho voluntário alcança maior adesão entre aqueles que estão empregados: 4,7% dos trabalhadores foram movidos pelo espírito de solidariedade em 2022, contrapondo os 3,6% de não ocupados que se propuseram a diminuir a desigualdade social no país – um dos maiores desafios enfrentados pelos brasileiros.

Mesmo com um longo caminho a ser percorrido, o voluntariado corporativo vem ganhando força no país. A atividade é regulamentada no Brasil desde 1998 pela lei Nº 9.608, que dispõe sobre o serviço voluntário. As empresas já comemoram os benefícios, amparados pela melhoria do clima organizacional, além do fortalecimento da imagem e reputação em função da geração de impactos positivos. Entre os colaboradores, é nítida a progressão do sentimento de pertencimento e a valorização das oportunidades de desenvolver novas habilidades, como empatia, resiliência, escuta ativa e comunicação, entre tantas outras soft skills.

“Quem faz uma doação – de dinheiro, produtos, tempo ou conhecimento – aprende e recebe muito mais do que os beneficiados diretamente pela iniciativa”, avalia o CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent Executive Search, David Braga. “Empresas engajadas nas causas humanitárias são mais atrativas aos olhos dos talentos e ganham destaque como marcas empregadoras”, defende. “Por outro lado, os colaboradores que participam dos trabalhos voluntários descobrem novas potencialidades, desenvolvem competências de alto valor e enriquecem o currículo com a credibilidade proporcionada pelo perfil socialmente responsável”, garante.

Diferencial competitivo

David Braga acredita que o panorama desenhado pela pobreza e desigualdade social, com milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade, evidencia o voluntariado corporativo como um diferencial competitivo para empresas e profissionais. “As iniciativas focadas em incentivar, apoiar e reconhecer o engajamento dos seus colaboradores – muitas vezes, também clientes e fornecedores – em causas humanitárias representam um grande atrativo, uma vez que associar a imagem às ações sociais gera credibilidade e valorização no mercado”, assegura o headhunter.

O desenvolvimento sustentável de todo o ecossistema do negócio também é um plus para as empresas que aderem ao propósito voluntário de doar tempo, dinheiro, trabalho ou conhecimento para causas sociais e ambientais, por meio da equipe e recursos dos meios corporativos. “As organizações estão cada vez mais comprometidas com a sustentabilidade, o que envolve muito além da preservação do meio ambiente e boas práticas de governança corporativa. E é fundamental que trabalhem essa abordagem de forma estratégica, ou seja, ela deve estar agregada à cultura organizacional, independentemente da atividade desempenhada”, orienta David Braga.

Uma recente pesquisa da agência norte-americana Union + Webster apontou que 87% dos brasileiros preferem adquirir produtos e serviços de companhias sustentáveis. Além disso, o estudo constatou que 70% desse quantitativo não se importa em pagar a mais por essa escolha. “Portanto, o caminho é sem volta: ou as lideranças tratam desse tema com mais força internamente ou a organização pode, literalmente, desaparecer em um curto espaço de tempo”, alerta o CEO da Prime Talent.

David Braga que também é Conselheiro de Administração do ChildFund Brasil (www.childfundbrasil.org.br), organização social presente há mais de 57 anos no Brasil, pontua que a ONG já beneficiou mais de 781 comunidades, com mais de 600 projetos focados nas crianças e adolescentes em extrema vulnerabilidade. O ChildFund Brasil já foi eleito a melhor ONG para crianças e adolescentes em 2018, 2019 e 2021 e a melhor ONG de assistência social em 2022. Ele acrescenta que “hoje no ChildFund, são inúmeros executivos e empresas que tem doado seu tempo, sua expertise e seus relacionamentos para alavancar a arrecadação financeira, em prol de uma transformação destas futuras gerações, através de projetos mundialmente chancelados”.

“O que se leva da vida é a vida que se leva.” A frase do pensador Antoine de Saint-Exupéry, autor do clássico “O pequeno Príncipe”, parece ter ganho relevância maior no cenário atual. “No mundo corporativo, empresas e profissionais procuram, cada vez mais, deixar uma marca diferenciada, construir um legado e poder fazer algo além das suas atividades rotineiras, que possa contribuir para um mundo melhor”, finaliza Braga.

David Braga é CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos, presente em 30 países pela Agilium Group; é conselheiro de Administração e professor convidado pela Fundação Dom Cabral; além de conselheiro da ABRH MG, ACMinas e ChildFund Brasil. Instagrams: @davidbraga | @prime.talent

 

 

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