Crise de Confiança: Por Que as Empresas Precisam Liderar a Reconstrução Social em um Mundo Polarizado

Crise de Confiança: Por Que as Empresas Precisam Liderar a Reconstrução Social em um Mundo Polarizado

Por Pedro Paulo Morales

O relatório mais recente da Edelman, intitulado Trust Barometer, traz um alerta que não pode ser ignorado: estamos vivendo uma crise de confiança que ameaça corroer os alicerces das nossas instituições. O estudo, que marca os 25 anos da pesquisa global sobre confiança, revela que a polarização política, o individualismo crescente e um sentimento generalizado de queixa estão criando um cenário cada vez mais volátil — e perigoso.

Sessenta e um por cento dos entrevistados em todo o mundo afirmam ter um senso moderado ou alto de queixa. Eles acreditam que governos e empresas trabalham contra os interesses da população e beneficiam apenas os mais ricos. Essa percepção vem acompanhada de um dado alarmante: a desconfiança se estende a todas as instituições — governo, empresas, mídia e ONGs.

O reflexo disso é uma explosão de hostilidade. Quatro em cada dez entrevistados dizem que aceitariam formas de ativismo agressivo, como ataques online, disseminação de desinformação e até destruição de patrimônio como forma legítima de promover mudanças. O dado se agrava entre os jovens: mais da metade dos que têm entre 18 e 34 anos endossam pelo menos uma dessas práticas.

A desilusão não para por aí. Apenas 36% das pessoas acreditam que a próxima geração terá um futuro melhor — nos países desenvolvidos, esse índice despenca para 20%. O medo da discriminação também cresceu. Dois em cada três temem sofrer preconceito ou racismo, um aumento de 10 pontos percentuais em relação ao ano passado.

Diante desse cenário, o relatório faz um apelo direto: as empresas precisam assumir um papel central na reconstrução da confiança social. Quem tem um alto senso de queixa vê os negócios como menos éticos e menos competentes, e acredita que eles não estão fazendo o suficiente em relação às questões sociais. A responsabilidade é clara. Os CEOs devem agir onde podem causar impacto real — fortalecendo o tecido social, promovendo a justiça, defendendo a informação confiável e reconstruindo o otimismo econômico.

Não há mais espaço para discursos vazios ou estratégias de marketing superficial. O mundo pede ação concreta, ética e empatia. Ou as empresas se posicionam como parte da solução — ou serão vistas como parte do problema.

Vamos refletir. E sucesso!

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Redação FG

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