Identidade Millennial: examinando as raízes da sua divergência geracional

João Roncati*

No cenário contemporâneo, as relações no mercado de trabalho têm sido marcadas por uma diversidade de gerações coexistindo. Entre elas, a Millennial se destaca não apenas por sua presença significativa, mas também por desafios singulares.

Para compreender esse fenômeno, é essencial examinar as características das diferentes gerações. Desde os Baby Boomers, passando pela Geração X e chegando à Geração Z, cada uma possui valores, expectativas e estilos de trabalho distintos.

A geração X é considerada independente, empreendedora e adaptável, mas também cética, individualista e desmotivada. A geração Y é percebida como inovadora, colaborativa e flexível, mas também impaciente, instável e exigente. A geração Z é apontada como conectada, diversa e engajada, mas também distraída, imatura e superficial.

Contudo, é na Geração Millennial que observamos um fenômeno: um aumento significativo nos casos de Burnout, que se reflete em problemas mentais e dificuldades de interação.

A jornalista americana Anne Helen Petersen aborda esse tema em seu livro “Não aguento mais não aguentar mais: Como os Millennials se tornaram a geração do Burnout”. Ela argumenta que eles são uma geração que cresceu sob pressão para ser produtiva, competitiva e bem-sucedida.

Eles foram educados para acreditar que poderiam alcançar qualquer coisa se trabalhassem duro. Porém, se depararam com um mercado de trabalho instável, competitivo e precário, que exige deles habilidades, qualificações e disponibilidade constantes.

Além disso, vivem em uma sociedade que valoriza o consumo, a imagem e a felicidade, mas que também cobra responsabilidade, sustentabilidade e propósito. Eles são bombardeados por informações e estímulos o tempo todo, mas também sofrem com a solidão, a ansiedade e a depressão. Eles têm acesso a inúmeras oportunidades, mas também enfrentam inúmeros obstáculos.

Essa combinação de fatores os leva a um estado de Burnout crônico, que afeta não só o trabalho, mas também a saúde, relacionamentos e autoestima. Eles se sentem cansados, frustrados e sem perspectiva. Não conseguem relaxar, se divertir ou se cuidar. Não aguentam mais não aguentar mais.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Oxford em 2022 revelou que 72% dos Millennials relataram sentir-se esgotados no trabalho. O levantamento também mostrou que esses profissionais são mais propensos a trocar de emprego do que as gerações anteriores, o que pode ser um sinal de que estão procurando melhores condições de trabalho.

A falta de compreensão mútua é agravada pela dificuldade de comunicação. A Millennial, acostumada à comunicação instantânea e à troca de ideias em um ambiente digital, muitas vezes é interpretada como impaciente e avessa à hierarquia. Por outro lado, os mais velhos podem ser vistos como rígidos e pouco abertos à inovação. Para superar essas barreiras, é essencial promover a empatia e a compreensão mútua.

As empresas precisam criar ambientes inclusivos, onde as diferentes gerações possam compartilhar suas perspectivas e aprender umas com as outras. A promoção de programas de mentoria inversa, onde os Millennials podem compartilhar seus conhecimentos tecnológicos com os mais experientes, é uma estratégia eficaz para criar sinergia e fortalecer as relações interpessoais.

A geração millennial tem muito a contribuir para o mercado de trabalho e para a sociedade. Mas ela precisa de apoio, de compreensão e de oportunidades para realizar o seu potencial. Ela precisa de mais sinergia e menos Burnout.

*João Roncati é diretor da People + Strategy, consultoria de estratégia, planejamento e desenvolvimento humano. Mais informações em site 

Artigo enviado por Natália Merssalina

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Introdução ao Estudo da Economia Como Uma Ciência

Onde Surgiram as Primeiras Atividades Econômicas? Quando a Economia Despontou Como Ciência? Por Que Alguns Setores da Economia Crescem Mais do Que Outros? O Que Significa Déficit Governamental?

Por Julio Cesar S. Santos

Por volta de 4000 a. C. o homem descobriu a agricultura, formando assim as primeiras civilizações e, consequentemente, passou a ter uma vida mais sedentária. Essas primeiras civilizações se formaram em torno de grandes rios: a Mesopotâmia que estava ligada aos Rios Tigre e Eufrates, o Egito, ligado ao rio Nilo, a Índia ao rio Indo e a China ao rio Amarelo. Mas, foi no Oriente Médio que tiveram início as civilizações e, tempos depois, foram se desenvolvendo no Oriente outras civilizações que, sem contar com o poder fertilizante dos grandes rios, ganharam características diversas. As pastoris, como a dos hebreus, ou as mercantis, como a dos fenícios. Cada um desses povos teve, além de uma rica história interna, longas e muitas vezes conflituosas relações com os demais.

Pode-se dizer que na Mesopotâmia já existiam transações econômicas, pois essa civilização é considerada uma das mais antigas da história. Ocupada entre 4.000 a.C. e 539 a.C. por uma série de povos que formaram a nação mesopotâmica, a estreita faixa de terra localizava-se entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio – onde atualmente é o Iraque. Por sua disponibilidade de terras, grande parte de sua riqueza era movida pelas atividades agrícolas. Embora já existissem naquela época atividades comerciais e, portanto, econômicas, ainda não se falava sobre a Economia como Ciência. Já na Renascença, por volta dos séculos XV e XVI, era quase impossível a emergência da Economia como campo específico de estudo, tendo em vista a dominação do Estado e da Igreja, a força dos costumes e as crenças religiosas e filosóficas, além de limitada da atividade econômica.

Vários foram os problemas vividos pelas sociedades antigas e, certamente, em todas as épocas da História universal dessas pequenas comunidades, todas procuraram resolver de alguma forma seus problemas de natureza econômica. Porém, os registros históricos de estudos da economia vistos como conjunto sistematizado de conhecimento são relativamente recentes.

Somente a partir do século XVIII é que a Economia despontou como Ciência e, a partir da Revolução Industrial (final do século XIX) com o motor de combustão interna e a geração de energia elétrica, o progresso econômico foi intenso. Nas últimas décadas do século XX, seu estudo ganhou novo e inesperado impulso. Após os conflitos evidenciados nos períodos de guerras (a primeira entre 1914 e 1918 e a segunda entre 1939 e 1945), os estudos da época tinham foco em como conseguir rapidamente o equilíbrio econômico das nações, pois havia uma grande massa de desempregados.

Mas, se já fazíamos transações econômicas em nosso dia a dia, por que falar da Economia como Ciência? Em um grupo formado por várias pessoas, podemos dizer que cada uma delas age de forma diferente diante de um problema econômico. Contudo, ao ocupar um cargo de responsabilidade em uma empresa ou na administração pública, essas pessoas precisam ir além da subjetividade, ou seja, necessitarão de conhecimentos teóricos mais sólidos para poder analisar os problemas econômicos no contexto organizacional.

Questões Econômicas Mais Relevantes

  • Aumento de Preços: Os aumentos de preços se justificam em função da existência de inflação. Quando há inflação nas economias, o ajuste de preços ocorre em função da falta de credibilidade do empresário em relação à estabilidade da economia. Na verdade, não ocorre equilíbrio entre oferta e procura.
  • Períodos de Crise Econômica: Pode-se dizer que há uma relação direta entre os períodos de crise econômica com o montante que os governos gastam dos recursos que têm a sua disposição. Quando se gasta mais do que o disponível, é gerado um desequilíbrio nas contas dos governos, levando o país a enfrentar crises. A consequência é a elevada carga tributária, o que ajuda a reduzir o consumo da sociedade, provocando menor produção e mais desemprego.
  • Desemprego: tem forte relação com os setores produtivos e, estes, dependem do poder aquisitivo dos consumidores para decidirem o volume que será produzido. Portanto, o ideal é que haja crescimento econômico de forma a utilizar a plena capacidade produtiva disponível, ou seja, direcionar a economia ao pleno emprego dos recursos.
  • Setores Que Crescem Mais Que Outros: Atualmente observa-se que alguns setores crescem mais do que outros, como por exemplo a indústria automobilística, que buscou investir de maneira acentuada na aceleração do crescimento e desenvolvimento tecnológico para que pudesse atender à exigência do consumidor ao buscar pelo conforto, pelo prazer e pela satisfação pessoal. Ou negativamente, a indústria de Bens de Capital, que para vender uma nova máquina, depende de os consumidores comprarem mais do que têm comprado.
  • Diferenças Salariais: Desde a formação da sociedade brasileira, evidenciamos que os grandes centros pagam mais pelo trabalho do que as regiões que acusam menor índice de desenvolvimento e crescimento econômico. Tal colocação nos levará a entender a questão do “custo de vida” que tanto ouvimos falar. Isso se deve à realidade que nas capitais mais desenvolvidas os preços são maiores, em comparação com os centros menos desenvolvidos, o que leva a gastos maiores no primeiro em relação ao segundo.
  • Crises no Balanço de Pagamentos: Em uma economia globalizada os acordos econômicos são feitos de maneira equilibrada; ou seja, não está previsto a determinado país exportar mais do que importará deste país. Quando esse “Balanço de Pagamentos” está em desequilíbrio, ou seja, há mais importação (compra) do que exportações (venda), dizemos que há crise no balanço de pagamentos.
  • Valorização (ou Desvalorização) na Taxa de Câmbio: O dólar é o parâmetro para comparação entre as moedas mundiais, por ser considerada uma moeda forte e estável. Quando existe algum aumento do dólar os exportadores acham bom, pois isso torna o produto brasileiro mais competitivo.
  • Ociosidade em Alguns Setores da Atividade: Vários são os fatores que determinam a “atividade”, seja pela melhor maximização dos recursos utilizados, pelo poder aquisitivo dos consumidores, seja pela necessidade de o patrão aumentar seus preços ou pela concorrência acirrada em função da necessidade de sobrevivência. Enfim, os setores econômicos sempre serão influenciados pelas decisões dos consumidores, dos empresários (produtores) ou pelo governo como mediador.
  • Taxas de Juros: Taxa de juros como o custo do dinheiro em um determinado tempo. Em palavras mais simples, quanto custa obter recurso (dinheiro) de alguém? Esse custo é explicado pela taxa de juros. No Brasil, a taxa de juros ainda é um fator que restringe o crédito ou a busca por tal dinheiro. Devemos entender que todo consumidor, ao obter dinheiro, é conduzido ao consumo. Tal procedimento faz com que o detentor do capital, percebendo mais dinheiro na Economia, eleve seus preços provocando o aumento dos índices de inflação. Então, a taxa de juros passa a ser uma ferramenta de controle, coibindo tal procedimento. ([1])
  • Déficit Governamental: Tem forte relação com a questão da dívida externa, uma vez que essa tem fundamento na ação do governo de utilizar recursos oriundos de economias estrangeiras passando a dever para estes.
  • Elevação de Impostos e Tarifas Públicas: Devemos nos lembrar que, para movimentar a “máquina pública”, o governo necessita de recursos, ou seja, o dinheiro que movimenta tal máquina é originado pelo pagamento de impostos e tributos. Quando o governo arrecada mais do que consome, há um aumento em impostos e tarifas.

Conforme Mochón (2007), os impostos são instrumentos fundamentais da política econômica. A incidência de um imposto mede a maneira como se divide a carga do imposto entre os participantes do mercado. Os impostos reduzem a renda privada e o gasto privado e, ao mesmo tempo, são fontes de recursos para o gasto público. Conforme temos evidenciado, o governo também se usa do advento do imposto para alavancar determinados setores econômicos, como o foi em certos momentos, quando da redução da alíquota do IPI para incentivar o aumento da venda de automóveis.

REFERÊNCIAS

  MOCHÓN, F. Princípios de economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. PASSOS, C. R. M; NOGAMI, O. Princípios de economia. 5. ed. ver. São Paulo: Cengage Learning, 2008. ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

([1])  MOCHÓN, F. Princípios de economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007

https://www.facebook.com/juliocesar.s.santos

Sobre o Autor

Julio Cesar S. Santos

Professor, Jornalista, Palestrante e Escritor. Articulista de Vários Jornais no RJ, autor dos seguintes livros: “Promoção e Merchandising Eficientes Para Pequenas Empresas” e “Vendedor Profissional” (Ed. Aprenda Fácil), “Qualidade no Atendimento ao Cliente” e “Liderança, Atitude e Comportamento Gerencial” (Ed. Clube de Autores), “Estratégia: o Jogo Nas Empresas” e “Planejamento de Vendas” (AGBook Editora) e Co-Autor de “Trabalho e Vida Pessoal – 50 Contos Selecionados” (Ed. Qualytimark, Rio de Janeiro, 2001).

Vagas | Maio mantém alta em oportunidades de emprego

Levantamento do Infojobs mostra que empresas de diversos setores estão contratando; veja algumas delas

São Paulo, maio de 2024 – O mercado de trabalho segue aquecido para as contratações neste mês de maio. Segundo um levantamento da Infojobs, HR Tech que desenvolve soluções para RH, desde janeiro, já foram anunciadas mais de 600 mil vagas de emprego para todo o Brasil.

A maior parte delas foi para as regiões Sul e Sudeste do país, mais especificamente nos estados de São Paulo, seguido pelo Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Além disso, de acordo com o Infojobs, as áreas com maior número de oportunidades são: Comercial, Vendas, Gastronomia, Logística, Administração, Construção e Manutenção. Continue lendo Vagas | Maio mantém alta em oportunidades de emprego

Mercado de possibilidades

Consultora dá dicas para quem deseja realizar uma transição de carreira eficiente em 2024

Todo início de um novo ano é um momento que a maioria das pessoas reflete sobre a carreira e onde gostaria de estar. Mas, para colocar em prática o sonho de mudar de profissão, conquistar uma nova posição ou até mesmo abrir um negócio, é preciso arregaçar as mangas e investir num programa de transição de carreira. Até porque o mercado de trabalho está altamente competitivo, com mais profissionais do que oportunidades disponíveis, e ainda instável por conta das consequências da pandemia e do cenário político e econômico.

Segundo a Diretora de Operações da Consultoria LHH São Paulo, Maiti Junqueira, muitas vezes as pessoas estão esgotadas, cansadas e desgastadas da busca por uma colocação e buscam uma solução rápida para mudar de carreira, a qualquer custo. O risco dessa mudança desestruturada é gerar novas insatisfações em um curto prazo, além de outros impactos, como na vida financeira e familiar. Continue lendo Mercado de possibilidades

Geração X: O Gosto pela Mudança e Adaptação

Pedro Paulo Morales       Jornalista Digital
Pedro Paulo Morales
Jornalista Digital

A Geração X também conhecida no Brasil como “Geração Coca-Cola”, fazendo uma alusão ao grande Renato Russo, é um grupo de pessoas nascidas entre o início dos anos 1960 e meados dos anos 1980. Atualmente, compõem aproximadamente 20% da população brasileira e são consideradas uma ponte entre os Baby Boomers e a Geração Y, também chamada de Millennials.

Inspirada pelas influências da contracultura dos anos 1960, a Geração X preza pela expressão individual, diversidade cultural e inclusão, enquanto sustenta um sólido senso de individualismo e autonomia. Marcada por um ambiente de rápida evolução tecnológica, demonstra habilidades de adaptação e adoção de novas tecnologias, enquanto valoriza um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal. Continue lendo Geração X: O Gosto pela Mudança e Adaptação

Falando com 40, sendo ouvido por 400

*Por Pedro Signorelli

Falar para poucas pessoas e ser escutado por muitas. Esta é uma tarefa da alta liderança. Sim, não se engane, o que um CEO ou um diretor fala para seus liderados em sala chega até aos demais liderados facilmente, é um fluxo contínuo. Especialmente se não for algo bom. E lembre-se, o líder se comunica não só pela boca, mas sobretudo através de suas atitudes, que são observadas pelos demais mais do que diariamente, a todo o instante.

O fato é que se nada for comunicado de maneira ativa e intencional, a inércia vai imperar e pouco ou nada vai mudar naquele cenário. Assim, o futuro, a visão e a missão não vão simplesmente acontecer sozinhos. Afinal, estas coisas não são feitas por osmose. O que acontecer vai ser por sorte, não por juízo. E existem situações em que trabalhar apenas com a sorte não é o mais adequado.

Neste sentido, a liderança tem como um dos papéis fundamentais comunicar de forma adequada a estratégia traçada, para que os colaboradores a executem direito. Uma comunicação bem feita significa que os interlocutores compreenderam a mensagem. Não adianta o líder alegar: “Mas eu comuniquei, eu mandei por e-mail”. Ora, pois já deveria saber que apenas essa ação não é suficiente.

O mais próximo de isso realmente funcionar é se você estiver falando exclusivamente para uma plateia homogênea, mas mesmo em um pequeno time existem vários temperamentos e experiências distintas, quem dirá em uma empresa inteira. Por isso, o líder precisa fazer o possível para conseguir se certificar de que as pessoas compreenderam a mensagem que se quer passar. Continue lendo Falando com 40, sendo ouvido por 400