Arquivo da tag: Administração

Os Búfalos e a liderança

Pedro Paulo Morales

O mundo animal não cansa de dar bons exemplos para os seres humanos. Um desses maiores exemplos é a liderança. 

Conta-se que na América do Norte os primeiros colonizadores do território foram capazes de dizimar mandas inteiras de búfalos simplesmente porque entenderam como a liderança funcionava nestes grupos. Neles, a liderança era exercida sempre pelos animais mais fortes que poderiam ser tanto machos com fêmeas.  Os líderes das manadas dirigiam o grupo com força sem espaço para rebeldias. Nesses grupos quando o búfalo líder decidia a direção todos iam atrás e quando os líderes morriam ou ficavam doentes a manada se dispersava ou ficava exposta aos predadores  Continue lendo Os Búfalos e a liderança

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O que é uma carreira?

Por Pedro Paulo Morales

Existem vários tipos de carreira e você apenas será feliz se encontrar um equilíbrio ente elas.

Muita gente costuma associar o termo carreira somente pelo aspecto profissional. A palavra carreira deriva do latim carraria (caminho para carros) e apenas no século XIX é que a palavra carreira começou a ser usada em referência à trajetória profissional.

O conceito tradicional de carreia diz que uma pessoa, ao entrar em uma empresa, teria grande possibilidade de “seguir carreira” dentro de uma organização, significando a possibilidade de entrar em uma empresa como estagiário e se aposentar como Diretor Presidente. Continue lendo O que é uma carreira?

A Técnica dos 5 Porquês – Uma Ferramenta de Qualidade

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Você sempre quis saber o porquê algo acontece. Muitas vezes já tentou encontrar a resposta para algo e simplesmente não consegue. Você já pensou que talvez você esteja fazendo poucas perguntas sobre o assunto?

Saiba que existe uma técnica para você descobrir a real causa de um problema de uma maneira simples e eficiente.

Essa técnica nasceu na década de 30 e foi criada por Sakichi Toyoda um dos fundadores da indústria de veículos Toyota. Continue lendo A Técnica dos 5 Porquês – Uma Ferramenta de Qualidade

Diagrama de Ishikawa: Uma ferramenta de diagnóstico

Por Pedro Paulo Morales

Introdução

O Diagrama de Ishikawa foi desenvolvido em 1943 pelo Engenheiro Químico japonês Kaoru Ishikawa (1915- 1989) que ficou conhecido com Pai da Qualidade. O engenheiro foi responsável pela grande mudança verificada no pensamento das organizações. Quando o assunto é qualidade. Sua produção bibliográfica contou com um total de 647 artigos e 31 livros.

Pode-se dizer que engenheiro foi um dos principais divulgadores da Filosofia da Qualidade, também conhecida como “Cultura da Qualidade”. Foi com essa nova filosofia que o Japão alcançou patamares de qualidade elevada, eram consideradas superiores até mesmo aos dos Estados Unidos. Foi assim que o país passou a disputar o mercado internacional no mesmo nível de seus concorrentes.

Entre muitas contribuições para a Filosofia da Qualidade está a criação do Diagrama de Ishikawa desenvolvido em 1943, conhecida até hoje como uma das mais populares ferramentas de qualidade e utilizada até hoje para diagnosticar problemas dentro das empresas.

A ferramenta tem como vantagem ser uma ferramenta de fácil utilização, criada para que toda pessoa pudesse utilizá-la para diagnóstico de problemas, ou seja, ela pode ser entendida por todos desde o pessoal do chão da fábrica aos especialistas e diretores.

O que é Diagrama de Ishikawa?

                O Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta visual utilizada para auxiliar nas análises feitas pelos colaboradores de uma empresa quando estes têm que procurar a causa de um problema em uma organização. Uma das principais vantagens dessa ferramenta é que através de sua utilização pode-se encontrar a relação de causa efeito de um problema.

                O Diagrama de Ishikawa também é conhecido por diversos outros nomes, tais como:

  • Diagrama Espinha de Peixe;
  • Diagrama Causa e Efeito;
  • PDCA espinha de peixe;
  • Árvore de causas espinha de peixe;
  • Diagrama dos 6Ms.

Independentemente da forma como a ferramenta é utilizada numa empresa o objetivo final da utilização dessa ferramenta é sempre a mesma, ajudar a empresa a descobrir o que está impedindo o sucesso de um determinado processo organizacional, ou seja, o seu propósito é identificar os fatores que resultam em uma situação indesejada na organização.

Como usar o diagrama espinha de peixe

Como foi mencionado, a ferramenta é utilizada para encontrar problemas, mas não é um problema superficial e sim a causa raiz de um problema.

Podemos entender por causa raiz de um problema o motivo pelo qual o processo falhou ou está falhando, é uma análise profunda do problema, entendendo o motivo pelo qual a falha acontece e quais os seus impactos na organização fica mais fácil encontrar a solução para um problema.

Quando se utiliza o Diagrama de Ishikawa logo são identificadas a vantagem de se utilizar esse método.  A primeira grande vantagem desse método é que por ele ser uma ferramenta extremamente visual e fácil entendimento ela traz várias vantagens quando é utilizada por uma equipe.  Entre as vantagens de utilização deste método podemos destacar:

  • Os problemas ficam visíveis e por isso são mais fácies de serem identificados;
  • As causas são identificadas mais rapidamente;
  • As causas encontradas são ordenadas em uma escala de prioridade;
  • Por ser uma ferramenta visual, o diagrama auxilia em futuras análises;
  • Os processos são aperfeiçoados, surgindo assim a melhoria contínua;
  • Os problemas na empresa são desdobrados, permitindo assim que novos diagramas possam surgir para tratar de problemas mais específicos;
  • Permite o envolvimento de toda a equipe na melhoria de processos;
  • A organização de ideias e o tratamento destas com foco e objetividade conduz a empresa rumo a Gestão da Qualidade.

Como construir um Diagrama de Ishikawa

                A construção de um Diagrama de Ishikawa é simples. É recomendado que antes do início da construção do diagrama se faça uma seção de Brainstorming (tempestade de ideias) para ajudar a equipe a potencializar suas ideias e ajudar a explorar todos os pontos de vista. É aconselhável que a condução dessa atividade seja feita por pessoas organizadas, que saibam coordenar reuniões e que tenham características de liderança para desdobrar a ferramenta.

 Em uma folha de papel A3 faça da seguinte maneira:

  • Desenhe uma linha no centro da folha;
  • Na ponta desta linha, que é a representação da linha vertebral do peixe e a linha que liga a causa ao efeito, desenhe uma cabeça de peixe e declare nela o seu problema;
  • Após ter traçado no papel a coluna vertebral e a cabeça de um peixe comece a desenhar as espinhas do peixe, essas linhas são inclinadas para esquerda e seu ponto de partida é a linha que representa a coluna vertebral do peixe, nestas linhas inclinadas serão representados os problemas.

Geralmente a quantidade de espinhas podem variar conforme o tipo de problema que se quer resolver, mas por padrão o número de espinhas segue os 6 tipos de causas definido por Kaoru Ishikawa.

O Diagrama 6M

O Diagrama de Ishikawa é também conhecido como Diagrama 6M. O nome surgiu porque Kaoru Ishikawa relacionou no seu modelo quais as principais causas a que um problema está relacionado. Ao fazer esta relação o autor ofereceu aos que irão utilizar esse método uma espécie de roteiro para a construção da solução de um problema.

Vamos aprender quais são as seis categorias elencadas pelo autor para facilitar a nossa jornada em busca da solução para um problema.

  1. Mão de obra: nesta categoria devemos incluir todas as possibilidades de que o problema que estamos tentando resolver seja impactado por mão de obra como, por exemplo, pessoal inadequado ou falta de treinamento.
  2. Método: O método mostra como o processo é executado dentro da organização. Quais são os procedimentos são utilizados, normas seguidas e sob quais condições esses são efetuados.
  3. Máquina: Nesta categoria devem ser analisados todos os equipamentos, ferramentas e instrumentos utilizados no processo. Isso inclui também os softwares
  4. Medida: Aqui será analisado as métricas utilizadas. Essa análise é feita por uma apreciação de todos os dados gerados a partir do processo, buscando falhas que possam interferir na avaliação da qualidade.
  5. Material: Avaliar todas as matérias-primas utilizadas. Incluindo peças e tudo necessário para produção do produto. Um exemplo que costumo usar e que ilustra bem essa categoria é a de produção de um bolo, o seu resultado (sabor) será diretamente impactado pela qualidade dos ingredientes que você utilizar.
  6. Meio ambiente: O meio ambiente, nada mais é as condições do local de trabalho onde o processo é desenvolvido. Nesta categoria incluímos não somente as condições físicas como as condições ligadas ao clima laboral dentro da empresa.

As seis categorias elencadas por Ishikawa servem como exemplo das categorias mais utilizadas para a análise dos problemas e as que geralmente estão ligadas ao mau desempenho dos processos dentro das empresas, porém é aconselhável que cada empresa adapte este modelo as suas necessidades incluindo ou excluindo categorias.

Leia também :O Modelo Japonês de Administração

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Exemplos de Diagrama de Ishikawa

Até aqui vimos toda a teoria sobre o Diagrama de Ishikawa por quem foi criado, qual é o seu objetivo e como se faz um diagrama. Para facilitar o entendimento vamos mostrar abaixo um exemplo de utilização do diagrama.

diagrama de Ishikawa Uma ferramenta de diagnostico

Exemplo: Diagrama de Ishikawa

O Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta muito utilizada para a gestão da qualidade. A ferramenta por ser versátil e de fácil entendimento pode ser utilizada por várias áreas das empresas para resolução dos mais variados problemas. Seu uso frequente é capaz de descobrir as causas prováveis pelo qual um processo numa empresa não funciona ou não corresponde as expectativas da gestão da empresa. O diagrama permite também que os gestores ou equipes responsáveis pela melhoria de um processo tracem planos de ações e melhorias tomando com ponto de partida os problemas identificados.

Autor: Pedro Paulo Galindo Morales – Especialista em Controladoria, MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, Graduado em Gestão e Editor do Blog Falando de Gestão.

Bibliografia:

Andrade, Luiza, Diagrama de Ishikawa: o que é e como fazer. www.siteware.com.br  setembro 2017. Disponível em https://www.siteware.com.br/blog/metodologias/diagrama-de-ishikawa/#Como_usar_o_diagrama_espinha_de_peixe . Acessado em 21 de março de 2021.

CASSITA, Danielle, Kaoru Ishikawa: o grande nome da gestão da qualidade. CAE Treinamentos, janeiro 2020. Disponível em: https://caetreinamentos.com.br/blog/qualidade/kaoru-ishikawa/. Acessado em 21, março de 2021.

Veyrat, Pierre, Exemplo pronto de diagrama de Ishikawa? Aprenda como fazer! , www.venki.com.br , setembro 2019. Disponível em https://www.venki.com.br/blog/diagrama-ishikawa-exemplo/ . Acessado em 21 de março de 2021.

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O Modelo Japonês de Administração

Por Pedro Paulo Morales

Na metade do século passado surgiu no Japão um novo modelo de gestão que propunha melhorar as técnicas e preposições ocidentais. Este novo modelo se desenvolveu sobre o Sistema Toyota de Produção que com a difusão de suas ideias tornou-se um dos principais pilares que sustentam a competitividade da economia global.

Esse novo sistema de produção foi criado por Eiji Toyoda e Taiiichi Ohno baseia-se no trabalho dos pioneiros da administração como Frederick Taylor e Henry Ford e na cultura japonesa.

Os principais princípios deste modelo são a eliminação de desperdícios, produção flexível e a fabricação com qualidade. Para que esse novo sistema tivesse êxito era preciso promover uma administração participativa que se promove a participação dos funcionários no processo decisório.

 O Sistema Toyota de Produção foi concebido quando Eiji Toyoda e Taiiichi Ohno visitaram a Ford nos Estados Unidos e concluíram que o modelo de produção contínua da Ford era na realidade um modelo que pregava o desperdício de recursos materiais, espaço, tempo e esforço humano. Os visitantes observaram que existiam fábricas gigantescas, muito material em estoque, espaços vazios e pessoas com tarefas limitadas.

O Sistema Toyota de Produção tem como elemento básico o sistema de produção elaborado por Ford, porém os japoneses o tornaram mais racional e econômico e para isso o foco passou a ser a eliminação do desperdício, ou seja, eliminar tudo aquilo que não agrega valor ao produto. Por esse motivo esse tipo de sistema de produção é conhecido como “Sistema Enxuto” ou Lean Manufacturing.

As principais ideias usadas neste sistema de produção para eliminar desperdícios são:

  1. Racionalização da força de trabalho. Para que o trabalho seja racionalizado é preciso que se trabalhe em equipe. O líder deve trabalhar com a equipe ao mesmo tempo que coordena o grupo e a equipe tem a tarefa de fazer pequenas manutenções em equipamentos, consertos de baixa complexidade e devem auxiliar no controle de qualidade.
  2. Just in time. O método Just in time (bem na hora) procura reduzir ao mínimo os estoques e visa fazer com os materiais sejam empregados no momento exato em que vão ser utilizados na linha de produção.
  3. É um sistema que utiliza um cartão chamado de Kanban para registrar a movimentação de materiais onde cada entrega é registrada nesse cartão permitindo assim controlar itens de acordo com que vão sendo consumidos, fazendo com que não haja abastecimento de materiais antes do tempo necessário e nem acúmulos de estoques.
  4. Produção flexível. Este sistema de produção permite que os produtos sejam feitos em pequenos lotes, alterando para isso os moldes colocados nas máquinas de produção. Para se ter uma ideia, a Toyota treinou seus funcionários para eles efetuarem essa troca em apena 3 minutos.

Uma das principais características deste modelo de gestão é a fabricação com qualidade. Os pilares fundamentais do Sistema Toyota é que todo trabalhador deve fazer certo da primeira vez, identificar e corrigir os erros em suas causas fundamentais, sendo que o trabalhador tem o poder de interromper a linha de produção caso ele encontre um problema que não consiga resolver. Caso a parada da produção seja necessário, cada erro deve ser analisado até se chegar a sua causa raiz. Um método interessante utilizado para essa análise é perguntar sucessivamente “por quê? ” até se chegar à causa fundamental do problema ou a Causa Raiz, essa técnica é chamada de “5 Whys” e visa encontrar uma contramedida para corrigir um problema.

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Outra característica desse sistema é que existe nas empresas que adotam esse sistema a ideia de Círculos de Controle de Qualidade (CCQ) que são grupos compostos por trabalhadores que se reúnem para estudar e propor soluções de problemas que estejam comprometendo a qualidade e eficiência dos produtos. Esses círculos são entendidos também como uma técnica de gestão participativa.

O modelo japonês se tornou importante quando o mundo ocidental percebeu que os japoneses estavam ganhando mercado por oferecer produtos mais baratos e com maior qualidade. Na verdade, a receita é simples, eliminação de desperdício e trabalho em grupo.

Referência bibliográfica: Maximiano, Antônio Cesar Amaru – Teoria Geral da Administração – 2ª edição – Editora Atlas – 2012

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Drucker: O homem que inventou a administração

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Peter Drucker durante quase meio século inspirou e ensinou gestores no mundo inteiro com seus artigos marcantes, publicados pela Harvard Business Review.

Drucker atuou como professor , consultor e escritor. Sua influência no mundo corporativo foi tanta que hoje é conhecido com pai da administração moderna. Continue lendo Drucker: O homem que inventou a administração