O desafio dos gestores “sanduíches”

O desafio dos gestores “sanduíches”

Muitos empresários têm reclamado do desinteresse dos integrantes da Geração Z em ocupar cargos de liderança, mas não é bem assim. O mercado mostra que as empresas estão deixando de investir nos gestores intermediários, aqueles que ocupam cargos de supervisores, coordenadores e gerentes de departamentos simplesmente porque acham que eles não são mais importantes.

Um exemplo disso foi a Meta, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram que no final do ano passado dispensou seus gerentes intermediários alegando que eles eram apenas “gerentes administrando, gerentes” talvez a justificativa para isso seja que os funcionários estão mais preparados tecnicamente que no passado e não precisam de microgerenciamento.

Os poucos supervisores remanescentes deste movimento estão sobrecarregados, enquanto funcionários juniores, privados de mentores e pessoas que lhes dê orientação começam a mostrar desengajamento. Porém, os funcionários novos, geralmente da geração Z precisam de mentoria para saber o que fazer e como se comportar frente aos desafios diários.

Vejo que a gestão intermediária está cada vez mais sobrecarregada porque ela fica exatamente localizada entre a estratégia da empresa, aquela executada pelos diretores e os colaboradores que executam as atividades operacionais da empresa.

Hoje os gestores intermediários são obrigados a servir dois senhores, ou seja, cuidar para que sua equipe tenha um bom equilíbrio de saúde mental e, em simultâneo, atender os diretores que exigem cada vez mais resultados. O problema é que os resultados têm que acontecer cada vez mais rápido e essa necessidade de rapidez vem impactando a saúde mental dos gestores intermediários.

O que se mostrou no passado ser uma boa estratégia quando se optou pela eliminação de cargos intermediários, para a otimizar as tarefas e dar uma maior dinâmica aos processos da empresa, hoje está se verificando que essas pessoas que atuavam como supervisores e gerentes de áreas ou de departamentos estão fazendo falta, pois assim como em uma orquestra é preciso de um maestro que coordene todos os músicos para que a música seja tocada, em uma gestão de equipe sempre vai ser preciso uma pessoa que coordene as atividades para que o processo seja eficiente.

O grande problema é que as empresas estão usando pessoas com habilidades de liderança como gestores intermediários sem promover esse pessoal, então o resultado dessa prática é que a pessoa ao assumir uma coordenação sem ter um cargo criado na hierarquia da empresa e muito menos reconhecimento financeiro ela passa a ser como um general sem tropa, aquele sendo mandado para batalha, mas não tem pelotão. Quando isso acontece com o gestor intermediário, ele não terá condições de conquistar autoridade junto seu pessoal para coordenar a sua equipe e exigir resultados.

Como efeito dessa política que elimina cada vez mais os cargos de gestão fazem com que as pessoas que ocupam hoje gestão intermediária estão cada vez mais sofrendo cada vez mais pressão que interferem na sua qualidade de vida levando-os a considerarem abandonar a função ou optar por não exercer o papel de liderança.

Talvez essa falta de apoio a gestão intermediária seja o real motivo que a Geração Z não queira mais um cargo de liderança. Para que essa tendência seja revertida é preciso urgentemente treinar e reconhecer a importância dos gestores intermediários e criar mais um nível de gestão na empresa para desafogar esse pessoal, senão for assim no futuro não haverá ninguém que esteja disposto a fazer o elo a estratégia e a execução.

O gestor de intermediário pode ser definido como “gestor sanduíche”, pois ele fica no meio da situação e é responsável por equilibra a satisfação de suas equipes e a cobrança de seus superiores. Sendo assim essas pessoas são como o recheio de sanduíche que dão o sabor, porém quando não estão presente este fica sem graça, perde o sabor e logo é descartado.

Então se você é líder e tem pessoas que ocupam a gestão intermediária sem reconhecer essa função, saiba que você vai perder logo esse colaborador, pois essas pessoas na primeira oportunidade vão querer pular fora do “sanduíche”

Vamos refletir sobre isso e sucesso!

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Pedro Paulo Morales

Pedro Paulo Galindo Morales é Tecnólogo em Gestão, Pós- Graduado em Controladoria e Técnico em Contabilidade.

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