*Por Jen Medeiros
Estabelecer uma conexão genuína com seus clientes e extrair valor dos pontos de contato são desafios constantes para as empresas e marcas. Sob essa perspectiva, as comunidades corporativas surgem como um terreno fértil para a cocriação e o desenvolvimento de produtos e serviços que atendem diretamente às necessidades do mercado. Essas comunidades, formadas por grupos engajados de clientes, colaboradores, parceiros e outros atores do ecossistema de negócios das empresas, possibilitam um fluxo constante de informações e ideias que, quando bem canalizadas, geram soluções verdadeiramente impactantes.
Um dos fatores que torna as comunidades tão eficazes na promoção da inovação é a proximidade com o cliente. Empresas que conseguem reunir consumidores em espaços onde podem compartilhar experiências, opinar sobre produtos e sugerir melhorias obtêm bons insights, complementando aqueles provenientes de pesquisas de mercado tradicionais. Essas interações diretas fornecem uma oportunidade de identificar tendências emergentes antes mesmo que se tornem amplamente reconhecidas.
Um exemplo claro desse fenômeno pode ser observado no setor de tecnologia e inovação. Empresas como Dell, IDEO, LEGO e Salesforce têm utilizado plataformas de comunidades para envolver seus clientes em discussões sobre novos produtos e serviços. A LEGO, por exemplo, opera a LEGO Ideas, uma plataforma onde os fãs podem propor ideias para novos conjuntos de blocos. Os projetos mais votados pela comunidade são avaliados pela empresa e, em muitos casos, transformados em produtos reais.
A fidelização à marca também ganha um grande holofote neste cenário. Quando os clientes percebem que suas opiniões são valorizadas e que podem influenciar as decisões de uma empresa, a relação com a marca se torna mais profunda e significativa. Esse tipo de engajamento cria embaixadores naturais, pessoas que promovem a marca de forma espontânea e genuína, aumentando o alcance e a credibilidade da organização no mercado.
No entanto, a gestão dessas comunidades exige estratégias bem definidas. Criar um espaço onde clientes, colaboradores e demais atores possam interagir de maneira produtiva requer mais do que tecnologia. É preciso fomentar uma cultura de transparência, abertura e respeito mútuo. Empresas que investem em moderadores treinados, na coleta estruturada de feedbacks e em ferramentas analíticas para processar os dados gerados conseguem extrair o máximo potencial dessas interações. Mais do que apenas ouvir, é crucial agir sobre as sugestões recebidas, fechando o ciclo de comunicação com ações concretas que reforcem a confiança dos participantes.
Outro ponto relevante é o impacto econômico gerado por esse modelo. Produtos desenvolvidos com base em insights de comunidades corporativas têm maior probabilidade de sucesso comercial, já que são moldados de acordo com as expectativas reais dos consumidores. Um estudo da Nielsen revelou que produtos cocriados com consumidores têm um desempenho até 20% melhor no mercado em comparação com aqueles desenvolvidos exclusivamente pelas equipes internas de inovação.
As comunidades corporativas, ao conectarem empresas e consumidores em um ecossistema colaborativo, criam um ambiente propício para o surgimento de ideias transformadoras. Essa abordagem representa um novo paradigma na relação entre marcas e clientes, no qual o sucesso é construído de forma conjunta e participativa.
Por fim, a inovação impulsionada por comunidades corporativas acaba se tornando uma filosofia de negócios que redefine a forma como empresas criam valor. Ao abraçar essa abordagem, as organizações têm a chance de liderá-las, estabelecendo um novo padrão de excelência e engajamento que beneficia a todos os envolvidos.
*Jen Medeiros é CEO da comuh, empresa precursora em oferecer serviços outsourcing de CaaS (Community as a Service). Possui mais de 12 anos de experiência em Criação e Gestão estratégica de comunidades, é professora da Descola e da Escola Britânica de Artes Criativas e voluntária no Uberhub Code Club. Criou e geriu as comunidades de startups da Bossa Nova, Beta-i Brasil e Nuvini (IPO Nasdaq), educacionais da EBAC e LeWagon, entre outras. Foi nomeada em 2022 e finalista em 2024 do prêmio Community Industry Awards como melhor profissional de comunidades B2B, e é fellow no programa On Deck Community Builders. Palestra desde 2016 sobre empreendedorismo, inovação, mulheres na tecnologia e gestão de comunidades, em eventos como TedX, Startup Summit, CASE, entre outros.
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