Monday, 25/8/2025 | 2:06 UTC-3
Falando de Gestão

Empregabilidades e Empresabilidade

As Pessoas Passam a Maior Parte de Suas Vidas Trabalhando Dentro das Organizações e Mantêm uma Relação de Interdependência, Pois Uma Depende da Outra Para Poderem Funcionar e Alcançar o Sucesso

Professor Julio- Professor Universitário, Palestrante e Consultor Empresarial

Inegavelmente, o trabalho toma considerável tempo das vidas e dos esforços das pessoas que dele dependem para subsistência e o desenvolvimento de carreira. Separar trabalho da existência das pessoas é muito difícil, diante da importância e do impacto que o trabalho provoca. Assim, as pessoas dependem das organizações, nas quais trabalham, para atingir seus objetivos pessoais e individuais e, o ideal de “crescer na vida e ser bem-sucedido”, depende de crescer dentro das empresas e dentro de si próprio. Somos indivíduos com inteligências múltiplas, habilidades e competências e transformamos nossas experiências em aprendizado, acumulando progressivamente referencial teórico/prático para desenvolvermos mecanismos de ação eficaz, tanto no meio social quanto no corporativo. As organizações dependem diretamente e invariavelmente das pessoas para poder atuar perante o mercado: produzir seus bens e serviços; atender seus clientes; ser competitiva no mercado; atingir objetivos estratégicos; assumir compromissos financeiros e desenvolver ações de responsabilidade social. Sendo assim, uma não existe sem a outra e, nessa relação de mútua responsabilidade, as pessoas dão às empresas seu dinamismo e energia. Em contrapartida, recebem remuneração, benefícios, e aprendizado, fatores fundamentais para sua subsistência e atendimento das necessidades pessoais e de carreira.

Tempos de Globalização

As transformações do mundo contemporâneo estão obrigando as empresas a repensar o jeito de tratar seus funcionários e a própria dinâmica do mercado imprime um cenário de contínua mutação nas organizações. Novos concorrentes, novas tecnologias, novos métodos de gerenciamento, enfim, fatos decorrentes de uma economia cada vez mais globalizada e ágil, voltada para a competição, ditam o ritmo das atividades nos negócios. E, nos tempos modernos, é curioso observar a sensibilidade dos membros das corporações – cada vez mais evidenciada através dos modelos de gestão atuais. Do mesmo modo que as empresas devem adaptar-se às mudanças, os profissionais também o devem. Hoje, mais do que nunca, as pessoas precisam ser inteligentes e criativas, viáveis e produtivas, espírito sistêmico, visão prospectiva e maturidade para negociar conflitos e interesses.

Mas, qual é o perfil ideal dos profissionais do século XXI? Indivíduos com capacidade de comunicação, espírito de equipe, liderança, percepção da relação custo-benefício e foco em resultados. Gente que tenha iniciativa, vontade de assumir riscos e agilidade na adaptação a novas situações, com disponibilidade e energia para desenvolver qualquer tipo de trabalho, em qualquer nível de dificuldade. A capacidade de raciocínio precisa estar aliada à boa sensibilidade, ao bom senso crítico. Destaca-se ainda a imperiosa necessidade de aprender a lidar de uma maneira mais eficaz com as próprias emoções. Você sabia que a falta de controle emocional é diretamente responsável por grande parte dos resultados negativos que surgem no desenvolvimento da carreira profissional?

Dirigir pessoas exige capacidade de entendê-las e respeitá-las e isso só é possível se quem lidera é inteligente. E o que significa “ser inteligente”? Define-se inteligência como a habilidade que as pessoas têm para adaptar-se às diferentes situações e, também, modificá-las. A inteligência é participação e trabalho, e não deverá nunca significar sofrimento. Tanto as ideias como as soluções criativas dependem de pessoas que sentem prazer em trabalhar.

Muitas organizações têm se preocupado com a reengenharia e se esquecem de investir no capital humano. No que se refere às mudanças, é preciso lembrar dois (2) aspectos: o racional e o emocional. O racional é todo conhecimento que precisa ser transmitido, os argumentos da mudança. Mas os gestores muitas vezes esquecem que é o “aspecto emocional” que faz com que as pessoas efetivamente partam para a ação. A importância dos relacionamentos para tornar as carreiras mais dinâmicas e promover o crescimento dos negócios é indiscutível e as informações precisam ser compartilhadas por todos os que desejam “sentir o que a empresa sente”. É fácil deduzir que, para que isso ocorra, é necessário que o processo de comunicação seja perfeito!

Em qualquer contexto, a qualidade de nossos relacionamentos depende do âmbito em que eles ocorrem e do tipo de nossa comunicação nesse contexto. Pesquisas comprovam que qualquer atividade de liderança está intimamente ligada à comunicação eficiente, ou seja, que alcançou o receptor e gerou a resposta desejada. O sucesso na liderança depende da qualidade das habilidades pessoais de se comunicar e da qualidade da relação durante o processo comunicativo. É importante expressar nossos posicionamentos e objetivos com clareza, gerando uma atmosfera de confiança, para influenciar eficazmente nosso interlocutor. Um amplo aprendizado se apresenta para ser conquistado pelo profissional, consciente de sua responsabilidade com a comunicação no meio corporativo: saber reconhecer sinais verbais e não verbais, distinguir qualidades de voz e entonação, conhecer estratégias e modelos de negociação, utilizar a criatividade para a solução de problemas. Na nova ordem econômica, o que vai contar é o profissional capaz de se auto gerenciar e de gerenciar os outros.

Para alguns autores, Empregabilidade seria a capacidade de um profissional de manter-se empregável, adaptando-se às novas necessidades do mercado, prestando serviços que satisfaçam os clientes. É fundamental a busca constante do desenvolvimento de habilidades e competências. Por outro lado, a Empresabilidade seria a capacidade das empresas de desenvolver e utilizar as competências intelectuais e técnicas de seus membros, para sustentar um posicionamento diferenciado no mercado. Mesmo nos tempos modernos, o emprego ainda é a alternativa remunerada mais utilizada, sendo que a expectativa das pessoas se caracteriza da seguinte forma: que ele alie qualidade de vida ao prazer de trabalhar em um ambiente agradável, no ritmo individualizado, e a segurança desejável. Você sabia que trabalhar quando se quer, onde se quer, com quem se quer, fazendo o que se quer assegura ao trabalho uma dimensão lúdica e prazerosa? Porém, sabemos muito bem que nem sempre isso acontece. Práticas convencionais de emprego precisam ser revistas e estruturas rígidas flexibilizadas. Novas formas de relacionamento devem ser adotadas. Sistemas de seleção precisam ser reformulados e as vinculações alternativas também devem ser praticadas. Hoje há três (3) desafios básicos a serem enfrentados e para cada um deles existe uma estratégia a ser colocada em prática:

  • Ingressar no Mercado de Trabalho.
  • Preservar o Estágio ou Emprego.
  • Reconquistar um Emprego.

Para se conquistar um emprego, os processos convencionais de enviar currículo, registrar-se em agências de emprego, fazer entrevistas, e procedimentos similares, já não são tão eficazes. O mesmo acontece com a manutenção do emprego, pois muitas pessoas são dispensadas, ou se demitem, por não terem conseguido se ajustar às características da Organização onde trabalhavam. Dos três (3) desafios, o mais difícil de ser enfrentado é a reconquista de emprego e, por esse motivo, é tão importante preservar o atual! Quanto mais tempo a pessoa fica fora do mercado de trabalho, a tendência é encontrar maiores dificuldades em retornar ao mercado pelos métodos convencionais.

Há, entretanto, um aspecto positivo nessa competição. Os candidatos a emprego e os que estão empregados, geralmente não são competentes em empregabilidade. Poucas escolas preparam para o exercício de uma atividade remunerada. Assim sendo, quem se prepara para ter empregabilidade leva uma grande vantagem sobre o universo de desempregados, e assume uma vantagem competitiva na preservação do seu emprego. Não podemos deixar de ressaltar que emprego é uma das alternativas de trabalho, havendo a possibilidade do trabalho autônomo ou da atividade empresarial.

O Conceito de Gestão de Pessoas é vasto, pois pode ser olhado por vários prismas ou focos diferentes. Mas em nossa abordagem estaremos analisando a gestão própria, ou seja, a Autogestão como fator de sucesso dentro das Organizações. Este mesmo conceito será observado através de assuntos de liderança e treinamento como Administradores de Recursos Humanos. Eles estão ligados diretamente a todas as áreas onde existe algum tipo de gestor ou líder e que, por consequência, tem um papel direto no desenvolvimento de seus liderados ou até mesmo colegas de trabalho, compondo políticas de desenvolvimento funcional, selecionando, treinando, recompensando, avaliando, descobrindo talentos etc. Portanto, para conseguirmos nos autogerir, ou as pessoas dentro da organização, precisamos deter todo um conjunto de habilidades e competências que nos garanta o quanto possível a permanência dentro da empresa. As Relações Interpessoais têm um papel fundamental neste contexto, pois se referem ao modo como tratamos as pessoas e nos comunicamos com elas, socializando-nos no contexto pessoal e corporativo.

REFERÊNCIAS

BARCELLOS, Ricardo; PEDROSO, Maria Cristina Jamal Melzer. Desenvolvimento Pessoal e Interpessoal. Paraná: Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Paraná/Rede e-Tec, 2012.

https://www.facebook.com/juliocesar.s.santos

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