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IA x Comunidades: como a IA está sendo usada na construção e gestão de comunidades corporativas?
22 de agosto de 2025
*Por Jen Medeiros
A inteligência artificial vem desempenhando um papel chave na transformação das dinâmicas corporativas, e um de seus movimentos notáveis se dá na construção e gestão de comunidades empresariais. Essas comunidades, que envolvem grupos de indivíduos conectados por objetivos, interesses ou causas em comum dentro do ecossistema corporativo, estão sendo moldadas por tecnologias capazes de potencializar a colaboração, fortalecer vínculos e gerar valor contínuo para pessoas e organizações. Nesse cenário, a IA tem deixado de ser apenas uma ferramenta de automação para se tornar um verdadeiro agente de transformação, engajamento e inteligência coletiva.
Ao integrar a IA aos processos das comunidades, empresas têm conseguido mapear interesses compartilhados entre colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros com muito mais precisão. Por meio da análise de dados de comportamento, comunicação interna, redes sociais corporativas, sistemas de gestão de conhecimento e outras fontes de dados e informações conseguem identificar padrões e afinidades que, muitas vezes, passariam despercebidos pelas lideranças e gestores. Essa leitura refinada permite, por exemplo, sugerir conexões entre pessoas com experiências ou objetivos similares, estimular o surgimento de grupos temáticos com alta aderência e até antecipar tendências, movimentos de mercado, possíveis conflitos e silos organizacionais.
Ademais, a IA está sendo empregada na moderação e curadoria de conteúdo dentro dessas comunidades. Ferramentas baseadas em linguagem natural, como os próprios modelos de IA generativa, têm sido utilizadas para responder dúvidas frequentes, gerar resumos de discussões extensas, recomendar conteúdos personalizados e fomentar conversas qualificadas. Segundo um relatório da Deloitte, de 2024, 61% das empresas que implementaram assistentes baseados em IA em fóruns internos de discussão relataram um aumento direto no engajamento dos membros e na resolução de dúvidas operacionais em até 40% menos tempo.
A gestão emocional e o bem-estar também entram em pauta. Algumas aplicações de IA já são capazes de captar indícios de sobrecarga social ou de informação, distanciamento sociopsicológico, desmotivação ou burnout a partir de interações em plataformas digitais, sugerindo ações preventivas ou mesmo sinalizando gestores para intervenções mais humanas. Do ponto de vista da inovação, comunidades corporativas orientadas por IA têm sido um terreno fértil para a co-criação de soluções. Já vemos, por exemplo, plataformas com funcionalidades baseadas em IA que vêm facilitando hackathons internos, grupos de estudo, laboratórios de ideias e outros formatos colaborativos, promovendo trocas de conhecimento mais acessíveis e horizontais. A IA ajuda a sugerir pares criativos, monitorar a evolução dos projetos colaborativos e até a pontuar sugestões com base em sua viabilidade técnica ou aderência estratégica, acelerando a transformação de ideias em protótipos reais. Não à toa, grandes corporações como IBM, Salesforce e Natura têm investido fortemente em comunidades corporativas alimentadas por dados e inteligência artificial como estratégia de inovação aberta e contínua.
Contudo, seu uso também exige cuidados. O risco de reforçar vieses inconscientes é real quando os algoritmos não são treinados com diversidade de dados e quando não há supervisão humana contínua. Outro ponto de atenção é o equilíbrio entre automação e humanidade: comunidades são, por essência, feitas de pessoas, e o protagonismo humano não pode ser substituído por máquinas. Portanto, a IA deve ser vista como uma aliada da construção de vínculos genuínos, da escuta ativa e do senso de pertencimento.
Em suma, a incorporação da inteligência artificial na construção e gestão de comunidades corporativas representa um avanço marcante e salutar na forma como empresas fomentam colaborações, inovação e mudanças organizacionais. Quando aplicada com responsabilidade, transparência e propósito, a IA tem o potencial de ampliar as possibilidades dessas comunidades, conectando pessoas, fortalecendo o capital intelectual e emocional das organizações e abrindo caminho para novos modelos de trabalho mais inteligentes, humanos e ágeis.
*Jen Medeiros é CEO da comuh, empresa especializada na gestão de comunidades e ecossistemas de negócios. Palestrante e especialista na criação e gestão estratégica de comunidades com 15 anos de experiência. Criadora e host do Community Playbook, um Podcast de aplicações reais, atuais e futuras de estratégia de comunidades. É professora da Descola e da Escola Britânica de Artes Criativas e Diretora do CMX Connect São Paulo, uma instituição internacional que promove o desenvolvimento da indústria de comunidades. Top 3 do prêmio Community Industry Awards 2024 como melhor profissional de comunidades B2B, e fellow no programa On Deck Community Builders.
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