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Índice Mozarela 2025 aponta quedano poder de compra em São Paulo

close up photo of person holding pizza

Pesquisa da Fatec Sebrae usa pizza como referência para calcular o poder de compra da renda familiar média na Capital; foramanalisados preços de mais de 400 pizzarias

‌O poder de compra do paulistano caiu entre 2021 e 2025, especialmente nas áreas de menor renda da cidade. A constatação é do Índice Mozarela, ferramenta desenvolvida pelos professores da Faculdade de Tecnologia (Fatec) Sebrae, Rodolfo Ribeiro e Alexander Homenko Neto, com a colaboração de estudantes do curso Gestão de Negócios e Inovação.

Inspirado no Índice Big Mac, da revista The Economist, o Índice Mozarela calcula a divisão da renda familiar média de um distrito pelo preço médio de uma pizza de muçarela na mesma região. O resultado indica quantas pizzas a renda familiar média consegue comprar por mês e oferece uma perspectiva sobre as desigualdades sociais na Capital.

Resultados

Na primeira edição, divulgada em 2022, com dados de dezembro de 2021, os resultados apontaram que metade dos distritos conseguia comprar, pelo menos, 131 pizzas com a renda mensal. Em 2025, esse número caiu para 120 pizzas. Outro dado do Índice Mozarela 2025 aponta que a renda de Alto de Pinheiros é suficiente para comprar mais de 313 pizzas por mês, o melhor resultado da pesquisa. Já o distrito de Anhanguera teve o pior desempenho, com a renda familiar conseguindo adquirir apenas 73 pizzas por mês.

A perda de poder de compra ocorreu principalmente nos distritos de menor renda: 25 (78%) dos 32 registraram queda. Em contrapartida, nos 32 distritos de maior renda, essa proporção foi de 50%. A principal causa pode ser o aumento dos preços das pizzas em um ritmo mais acelerado que o da renda familiar, mesmo quando os ganhos superaram a inflação do município (IPC-SP).

Segundo Ribeiro, embora se espere que pessoas com renda mais baixa tenham um orçamento mais apertado, a pesquisa revelou um dado inesperado: a perda do poder de compra atingiu também regiões mais ricas da cidade. “Pouquíssimas áreas registraram aumento no poder de compra. Ao comparar os dados da primeira pesquisa, o resultado nos mostrou uma realidade econômica ainda mais desafiadora do que imaginávamos”, avalia.

Ganhos e perdas

Apesar da tendência geral de queda, um pequeno grupo paulistano ainda pode terminar os domingos em pizza, sem que isso pese no bolso. Isso porque alguns distritos viram seu poder de compra em pizzas aumentar. Na comparação com os dados de 2021, os maiores ganhos foram em Alto de Pinheiros, com um acréscimo de 101,2 pizzas por mês, e Moema, com mais 90,6 pizzas por mês. “Nestes casos, os resultados indicam que a alta na renda superou o aumento nos preços das pizzas”, explica o professor.

Por outro lado, distritos com renda elevada como Perdizes e Vila Mariana tiveram quedas significativas no poder de compra, de 38,0 e 45,2 pizzas por mês, respectivamente. “Aqui a redução se dá em razão do aumento dos preços em patamares ainda mais acentuados que o da renda”, complementa Rodolfo.

Os preços variam bastante dependendo do distrito:

Média de pizzas mais caras: Pinheiros (R$ 102,59), Moema (R$ 95,53), Jardim Paulista (R$ 93,49), Vila Mariana (R$ 92,87) e Itaim Bibi (R$ 89,75).
Média de pizzas mais baratas: Pedreira (R$ 39,74), José Bonifácio (R$ 40,93), Vila Jacuí (R$ 41,15), Vila Curuçá (R$ 41,24) e Guaianases (R$ 42,43).
O estudo também revelou que quase metade das pizzas (48,7%) tem preços de até R$ 52,55. Apenas 0,84% das pizzas custavam menos de R$ 30, sendo a mais cara encontrada por R$ 126.

Metodologia

O levantamento de 2025 foi realizado no mês de agosto e se concentrou em pizzas de muçarela de, no mínimo, 8 fatias. Foram analizados os preços de 476 pizzas. Os dados de renda familiar são da pesquisa Origem e Destino (2023) do Metrô de São Paulo e foram atualizados pelo IPC-SP (Fipe). A coleta de preços utilizou a API Places do Google Maps Platform, focando nos cinco restaurantes mais populares de cada distrito. Uma análise dos canais de venda mostrou que os preços por telefone são de 15% a 21% mais baratos que os do iFood. Para uma comparação precisa, os pesquisadores unificaram os preços utilizando uma equação de regressão.

Acesse a pesquisa completa: Índice Mozarela 2025.

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