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Onde estão as crianças que sonhavam se tornar pilotos de avião?

O alto custo para formação de pilotos e a quantidade de horas fazem com que o setor entre em crise


dino



São Paulo, 03/04/2020 –

A crise na aviação vai muito além dos valores de passagens ou do combustível, ela está presente também na falta de profissional qualificado. Então caso tenha um voo atrasado ou cancelado pode pensar na possibilidade que é a falta do piloto o motivo.

Os sonhos das crianças que disseram querer se tornar um piloto de avião podem ter sido comprometidos por diversos fatores, entre eles: custo, dedicação e retorno financeiro no início da carreira.

Quem explica melhor o que está acontecendo no mundo é o comandante brasileiro Rafael Rojas Martins, com 21 anos de experiência na aviação comercial.  “Os salários baixos no começo da carreira, a dificuldade de entrar em uma empresa aérea devido à falta de experiência e o alto preço para se formar inibem os futuros aspirantes a piloto, contribuindo assim para a carência de aviadores”, explica.

Quem concorda com essa carência que  Martins citou é o CEO da Boeing, Dennis Muilenburg, que acredita que uma crescente escassez de pilotos representa “um dos maiores desafios” que o setor de aviação enfrenta.

Segundo matéria publicada na CNBC sobre o assunto, a maior necessidade está na região Ásia-Pacífico, onde uma economia em expansão na China resultou em mais pessoas reservando voo. Além disso, segundo um relatório de 2016, da Boeing – mostra que 42% dos pilotos que voam atualmente para as principais companhias aéreas dos Estados Unidos atingirão a idade de aposentadoria obrigatória de 65 anos nos próximos 10 anos.

A falta de pilotos está sendo sentida por todas as companhias aéreas. A Administração Federal de Aviação nos EUA informou, em 2017, que havia 609.000 pilotos e que esse número caiu 30% em relação há 30 anos (827.000 pilotos), enquanto o número de passageiros cresceu. Para Bob Frisch, da Air Wisconsin a questão está também no custo. “Não é incomum gastar entre U$ 100.000 e U$ 200.000 para ter uma carreira “.

O comandante Rafael Rojas também aponta esse problema: “Somos profissionais caros para se formar e precisamos de tempo para adquirir experiência de voo e maturidade em equipamentos sofisticados e caros. Custa muito formar um piloto e é esta a razão da falta de profissionais experientes e qualificados”.

De acordo com uma pesquisa do Bank of America Merrill Lynch (BAML) feita em conjunto com a Aviation Week, divulgada em 2019, foram pesquisados 917 profissionais da aviação nos EUA e no Canadá sobre o treinamento e o recrutamento de pilotos. Segundo o estudo, 46% dizem que já veem falta de pilotos e 36% esperam ver nos EUA e Canadá nos próximos cinco anos.

“Ser comandante de aeronave de transporte de passageiro é uma responsabilidade excepcional, pois lidamos com centenas de vidas, tanto dentro do avião como fora. Somos constantemente avaliados nas nossas capacidades técnicas, psicológica, de decisão e física. Como comandante, eu sou o preposto da empresa. Represento a empresa perante os passageiros e colaboradores. Sou o responsável pela segurança da aeronave, e de todas as vidas que estão voando comigo do momento em que aceito o voo até o término do mesmo” relata Martins.

Como instrutor há aproximadamente 7 anos, o Comandante lembra seus alunos a imensa responsabilidade que é dada aos pilotos. “Todos que são envolvidos na operação esperam do piloto as orientações. Mecânicos, despacho de voo, tripulação – todos devem ter serenidade de tomar decisões sobre pressão para manter a segurança de voo”, detalha.

Com mais de 14 mil horas de voo sem nenhum acidente ou incidente aeronáutico em toda a carreira, Rafael Rojas Martins lembra que o mundo é conectado e pessoas precisam se deslocar. “Qualquer empresa de aviação comercial tem como primeira diretriz a segurança de voo e a decisão de entregar uma aeronave a um piloto o que é muito séria e é exatamente isso o que está faltando no mundo: pilotos qualificados e experientes disponíveis no mercado”, finaliza.



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